[TI Nordeste] Área de TI é Uma Das Que Mais Emprega no Nordeste

“Mercado cresce disparadamente, 
sobram vagas, mas falta capacitação”

Trabalhar é preciso. E
quando se trata da área 
de tecnologia é, além de
um excelente meio de alcançar 
sucesso profissional e financeiro,
uma garantia de emprego. Isso
porque, em 2012, o setor de tecnologia da informação e comunicação (TIC) cresceu 10,8% no Brasil.
A Associação Brasileira de Empresas de Tecnologia da Informação 
e Comunicação (Brasscom) prevê
que este crescimento se repita em
2013. O resultado aponta um crescimento expressivo, que ultrapassa, e muito, a média do mercado
global, de 5,9% em 2012. 
O destaque dessa evolução é
para a região Nordeste, principalmente os estados da Bahia,
Pernambuco e Ceará. Este último
começa a despontar na área. “A
Paraíba também é um mercado interessante e promissor. O governo
de Campina Grande tem atraí
do empresas para região, o que é muito bom. As empresas estão
descobrindo o Nordeste e a região
está descobrindo as possibilidades
das tecnologias”, disse o diretor de
recursos humanos e competitividade da Brasscom, Sergio Sgobbi.
 Exemplo disso é a instalação, em Fortaleza,
da empresa BRQ, que cresce em média 30% ao
ano. Em 2012, teve uma receita de R$ 435 mi
lhões, contando com mais de 4 mil profissionais
distribuídos nas filiais de São Paulo, Alphaville,
Rio de Janeiro, Curitiba, Brasília, Natal, Nova
Iorque, Recife e Salvador. Outra companhia que
alcançou o Nordeste foi a Craft.Sys, que atua
ndo mercado oferecendo soluções concretas na
criação de mídias digitais e desenvolvimento de
sistemas nos estados do Paraná, São Paulo e
Espírito Santo. “Este ano a empresa vai para Fortaleza e depois deve se expandir pelo Nordeste”,
prevê Sgobbi.





Empregabilidade
Segundo ele, a área que mais emprega hoje e,
da mesma forma, a que melhor remunera, é a de
gestão em tecnologia. Os profissionais desta área
são qualificados para desenvolver e administrar
projetos que envolvem a informatização e a
utilização de recursos tecnológicos nos variados
setores de uma determinada empresa, seja de
grande ou médio porte. “O mercado é demandante desta mão de obra, mas, infelizmente,
temos pouca capacitação. É preciso estimular os
jovens para a carreira e para a atualização constante do conhecimento, porque esta é a profissão
do futuro, mas ficará cada vez mais concorrida,
apesar de termos hoje carência por esses profissionais”, observa o diretor de RH da Brasscom. 
Entretanto, o segmento de tecnologia tem
diversas possibilidades de atuação. Desde
agronegócios, saúde, automação, até o varejo.
Conforme o headhunter, coach e diretor da Organiza Consultoria de Gestão Empresarial, Márcio
Lopes, atualmente, a área de Help Desk é a que
tem a absorção mais rápida de mão de obra no
Nordeste. “Os micros e pequenos empresários 
já viram que precisam se estruturar no que se
refere à tecnologia e à diminuição dos valores de
máquinas. Viram também como a facilidade de
financiamento para softwares faz com que, o que
antes era considerado um ‘armengue’ montado
pelo sobrinho da vizinha, precise ser estruturado
de forma confiável para que ele tenha a segurança de que as suas operações continuarão. Qualquer negócio hoje tem um servidor, uma rede e
internet”, afirma ele.
Os Pólos de Informática que estão em operação, como o Parque Tecnológico, na Bahia e o
Porto Digital, em Pernambuco, assim como os
que estão em fase de implantação, aliados ao
incentivo cada vez mais persistente das inovações,
abrem oportunidades de trabalho para uma diversidade de profissionais nesta área. Porém, Márcio
Lopes diz que, apesar dessa evolução, a operacionalização dos projetos ainda se concentra no eixo
Sul-Sudeste. “Temos ideias fantásticas, mas, para se
tornarem viáveis, têm que ser vendidas e operacionalizadas no Sudeste. Lembrando que Pernambuco,
Paraíba e Bahia possuem excelentes profissionais 
e centros de tecnologia e automação de referência
para isso, mas ainda engatinha na fabricação do
próprio produto”.
No entanto, as previsões de especialistas são
boas. Para o consulting director – Consumer &
Telecom, da IDC Brasil, Alexandre Campos Silva, o
setor cresce 10% ao ano – um crescimento maior
que o crescimento econômico, de 2%. Segundo
ele, nos próximos cinco anos o resultado positivo
continuará evidente – em média, 8% ao ano. Quem
trabalha ou pretende atuar na área de desenvolvimento de aplicações, infraestrutura de rede ou
implementação de rede terá grandes chances de se
dar muito bem na profissão.
“O Brasil é o 5º melhor mercado de tecnologia
do mundo. Por isso somos demandantes desses
profissionais. Mas precisamos de certificação. Quem
atua na área precisa se capacitar, se atualizar mais
e, principalmente, falar inglês, que é extremamente necessário. O mercado está brigando por talentos”, alerta Campos Silva.


Remuneração
Conforme dados da Brasscom, na Bahia, o salário
médio, de um recém formado é de R$ 2.325. Já em
Pernambuco, esse valor é R$ 2.093. Mas, de acordo
com o presidente da Associação das Empresas
Brasileiras de Tecnologia da Informação da Bahia
(Assespro-Ba), Fábio Campinho, o salário inicial de
um analista de sistemas, no estado, é de R$ 1.200
a R$ 6.600. “Vai depender da área de atuação do
profissional. O mercado de TI aqui está aquecido. 
A indústria baiana está em franco crescimento e
em estágio de consolidação, o Parque Tecnológico já está em seu terceiro edital para inclusão de
Startups, o SOFTEX está sendo reinaugurado em Salvador, e a FIEB está encabeçando a união de
todas as associações e entidades do governo em
prol do setor de TI na Bahia. Temos excelentes
perspectivas”, completa Campinho. 
Ele diz perceber que as áreas mais em evidência, pelo menos no que se refere à Bahia, são:
automação comercial e serviços e desenvolvimento de aplicativos e sistemas para a Internet. Um
dos motivos que impulsionam o mercado de TIC
é a aposta das empresas em inovações. A partir
do programa do governo federal, de Incentivo à
Inovação Tecnológica e Adensamento da Cadeia
Produtiva de Veículos Automotores (Inovar-Auto),
para estimular o investimento na indústria automobilística nacional, o emprego, principalmente
neste setor, abrirá muitas portas. A estimativa do
governo é a de que, até 2015 o programa levantará mais de R$ 50 bilhões em investimentos
no setor. “O Nordeste continuará, dessa forma,
na curva do crescimento. Teremos uma grande
geração de empregos”, afirma o gerente da área
automotiva do Senai, Luciano Azevedo.

Perfil
Só que não é apenas um curso técnico ou superior que vai fazer de alguém um bom profissional. É preciso se identificar com a área.
Especialistas concordam que entre as características do profissional de TI estão a auto
concentração, o raciocínio lógico, a capacidade
analítica e a criatividade, entre outros. 
Dentro deste perfil, o analista de sistemas
Douglas Diedier, que atua em uma Startup no
Ceará, diz que, para ser um profissional de
sucesso é preciso investir em conhecimento e
ter disponibilidade para viajar. “Sempre faço
um curso de atualização. Nasci no Maranhão,
mas morei no Canadá por cinco anos. Lá,
estudei muito. Ao retornar, percebi uma boa
oportunidade aqui no Ceará. O profissional de
tecnologia não pode ficar parado em um lugar
só, tem que perceber o mercado e ir em busca
das melhores oportunidades. E hoje o Nordeste
é um excelente investimento”, conta ele.

Graduação
Tantas possibilidades e crescimento ostensivo
fazem com que as salas de aula dos cursos de
graduação encham, assim como a demanda por
novas grades em cursos voltados para tecnologia. De acordo com o diretor do Centro de
Tecnologia da Universidade Federal do Ceará
, a procura por cursos aumentou muito nos
últimos anos. “Todas as áreas precisam de um
profissional de tecnologia. Seja em medicina, com os equipamentos médicos de alta precisão; seja na arquitetura, para produção de
projetos em 3D, autocad etc. Hoje a área de
manutenção tecnológica está em alta. Se o
ex-presidente Lula estivesse tentando entrar
hoje no mercado, estaria praticamente na
fila dos desempregados, já que o torneiro
mecânico foi quase substituído pelas máquinas”, brinca ele.
O professor ainda diz que o pré-sal e as
necessidades de novas tecnologias fazem o
mercado ser atraente para quem quer atuar
ou já está atuando na área. “Mas o Brasil
precisa investir mais para parar de comprar tecnologia de fora. Temos condições de
produzir nossa própria tecnologia e assim
geraremos muito mais empregos. Mas não
podemos negar que tem melhorado. Aqui,
nossos estudantes sentem dificuldades em
encontrar estágios e, normalmente, já saem
da universidade empregados”, completa. 
Em Pernambuco, o Mestre em Administração Estratégica, professor Luiz Cláudio Ribeiro Machado diz que o crescimento na região mostra que as empresas estão
cientes da importância de possuir profissionais desse tipo
para desenvolver os seus negócios. “Em Pernambuco vemos, por exemplo, o grande desenvolvimento que o Porto
Digital traz para o estado e para a região, congregando
mais de 120 empresas de TI. Hoje há uma necessidade
de pessoal muito grande e assim, a competição é pequena, além da garantia de uma remuneração melhor em
razão da baixa oferta de mão de obra”, diz.



Segundo ele, na área de tecnologia há muita facilidade
de se encontrar trabalho. “O que tem sido difícil, nesta
última década, é encontrar mão de obra qualificada para
os trabalhos na área de TI”. Isso porque, em 2013, a
previsão de vagas era de mais de 276 mil e mais de 117
mil até 2015 em todo o País segundo a IDC Brasil. O setor
de distribuição de TI, por exemplo, é um dos setores que
mais tem crescido e gerado emprego no Brasil segundo
dados da ABRADISTI, que verificou essa tendência com
as vendas de hardware. 

Fonte: Revista TI Nordeste (ed. 11, janeiro 2014 – matéria escrita por Joana Lopo)


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